Nódulo na mamografia e ultra-sonografia

É muito comum encontrarmos nódulos nos exames de ultrassonografia e mamografia. A grande maioria é do tipo Bi-rads 3 (provavelmente benigno) e este nódulo(s) tem de 0,5% a 2% (conforme a idade e os fatores de risco da paciente) de probabilidade de ser maligno. É aconselhável consultar um mastologista para confirmar e controlar este nódulo.

Quando se iniciou o uso rotineiro da mamografia para detecção precoce do câncer de mama, provocou-se um grande numero de cirurgias desnecessárias nas mulheres, devido às dúvidas na mamografia. Para diminuir este problema surgiu três feitos importantes:

Primeiro foi o uso da ultrassonografia mamária que permitiu diferenciar os tumores em císticos (normais) e sólidos (podem corresponder a tumores). Além disto, a ultrassonografia acrescenta informações sobre o tipo de nódulo sólido, ajudando o médico a diferenciar entre nódulos benignos e malignos.

A segunda atitude foi a classificação das imagens da mamografia, onde se difere nódulos que são sempre benignos e, portanto, não necessitam mais de investigação; nódulos com baixíssima probabilidade de ser câncer (geralmente são observados com maior freqüência); nódulos com razoável probabilidade (geralmente necessitam de esclarecimento) e nódulos com alta probabilidade (geralmente têm indicação cirúrgica).

A classificação usada atualmente é chamada de BI-RADS e hoje existe tanto paras imagens de mamografia quanto para ultrassonografias e ressonância magnética. Somente esta classificação permitiu evitar grande número de cirurgias desnecessárias, pois a maioria dos nódulos estão classificados em benignos com baixíssima probabilidade de serem malignos.

A terceira atitude foi o uso das punções mamárias. A retirada de células ou de fragmentos do tumor, permite na grande maioria das vezes, evitar cirurgias desnecessárias. Estas punções são realizadas em consultório com anestesia local. Quando o resultado é duvidoso ou maligno, está indicada a cirurgia, que será melhor planejada quando já tem o diagnóstico definitivo.

Algumas vezes, mesmo com o resultado da biópsia sendo benigno, indica-se a cirurgia, pois ou a confiança do exame não é grande ou existe discrepância entre as imagens e o resultado da biópsia.

Nódulos benignos não se transformam em maligno,e também não aumentam o risco de doença maligna,razão pela qual atualmente raramente retiramos um tumor comprovadamente benigno.

Quando estes nódulos são malignos, a probabilidade de cura é quase total.

Nódulo mamário palpável

Lembre-se que mesmo os tumores malignos palpáveis da mama, têm alta probabilidade de cura quando a mulher procura um especialista logo que o encontra.

Em pacientes com idade até 25 anos a probabilidade de um nódulo palpável ou visualizado por exames de imagem é quase zero ,mas esta probabilidade aumenta gradativamente com a idade.

É o sinal mais comum encontrado pela paciente. Nos nódulos palpáveis, o exame físico minucioso traz grande número de informações importantes.

É bom lembrar que, principalmente em mulheres jovens, a mamografia pode não revelar a presença de tumor maligno, razão pela a mamografia normal nestes casos não impede a continuação da investigação. A ultra-sonografia em tumores palpáveis, quando realizada, estudando especialmente a região do nódulo, raramente deixa de identifica-lo.

Um mastologista experiente quando correlaciona estes três exames, quase sempre conhece o diagnóstico, mas necessita de comprová-lo.

Se o tumor for cístico, uma simples punção esclarece. Se o tumor for sólido ele opta por algum tipo de punção (agulha fina ou grossa) ou indica a retirada do tumor.

Em tumores palpáveis , algumas vezes podemos não operá-los quando realizamos punção por agulha que resulta benigno e é compatível com a hipótese baseada nos três exames realizados.

Quando concluímos que o tumor é altamente suspeito de ser maligno, realizamos a biópsia na maioria das vezes para que o planejamento cirúrgico seja mais eficiente. Nestes casos, mesmo que a biópsia resulte benigna, indicamos a cirurgia.

A maioria dos tumores palpáveis, principalmente em mulheres que ainda menstruam, são benignos.

Bi-rads – Classificação

Avaliação GeralCondutaProbabilidade de câncer
Categoria 0 > necessidade de exames adicionais (não conclusivo)exames adicionais
Categoria 1 > negativoRotina
Categoria 2 > benignoRotina
Categoria 3 > provavelmente benignoSeguimento ou punção0 a 2%
Categoria 4 > suspeita para malignidadeBIOPSIA2 a 95%
Categoria 4A > baixa suspeitabiopsia ou raramente seguimento2 a 10%
Categoria 4B > suspeita moderadaBIOPSIA10a 50%
Categoria 4C > alta suspeitaBIOPSIA50 a 95%
Categoria 5 > altamente sugestivo de malignoBIOPSIA ou cirurgia95%
Categoria 6 > malignidade já comprovada anteriormenteCirurgia quando indicada

Quando fazer mamografia?

A mamografia é o método diagnóstico do câncer de mama que utiliza raios-X, sendo atualmente o mais eficaz para a detecção precoce do câncer (desde o início).

Um câncer detectado pela mamografia tem altíssima probabilidade de cura.

A mamografia periódica diminui a mortalidade por câncer de mama, pois permite o diagnóstico de lesões muito pequenas e, com isto, o seu tratamento logo numa fase inicial.

A mamografia deve ser feita anualmente a partir dos quarenta anos, nas mulheres sem histórico familiar de câncer de mama, podendo iniciar mais precoce para as mulheres de risco, iniciando aos trinta e cinco anos ou cerca de dez anos antes do parente de primeiro grau que teve câncer de mama, numa idade mais jovem (antes da menopausa).

A mamografia em mulheres com mamas muito densas (alto teor de glândulas), pode não identificar nódulos em 30% dos casos, por isso, é importante o exame clínico das mamas (realizado pelo especialista), o que é realizado nas visitas periódicas ao seu médico.

No caso de perceber nódulos, mesmo que não visíveis na mamografia, devem ser avaliados e analisados, para afastar o diagnóstico de câncer de mama.

O uso de próteses mamárias pode diminuir a área visível da mamografia em cerca de 30%, retardando o diagnóstico do câncer mamário, sendo às vezes necessário o uso de ressonância magnética, dependendo de cada caso. Somente um especialista é indicado para avaliar a necessidade de cada caso.

Quando for realizar mamografia é necessário seguir alguns conselhos: Não usar talco, cremes, desodorantes nas mamas e nas axilas, para evitar a formação de imagens que possam prejudicar a leitura da mamografia.

É muito importante sempre guardar as mamografias dos últimos quatro anos, para que possamos compará-las e identificar novas variações, avaliando a estabilidade com as imagens anteriores.

Quase totalidade das lesões maligna cresce nitidamente em um ano, mas algumas ficam com imagens parecidas por dois anos, razão pela qual quando comparamos as mamografias realizadas há mais de três anos, temos muita segurança no diagnóstico, evitando assim biópsias desnecessárias.

Muitos relatórios de mamografias utilizam uma sigla de classificação internacional, conhecida como BIRADS, sendo atribuídos números.

Conforme o número do BIRADS, o tipo de lesão e a avaliação do especialista, pode ser que seja necessário apenas um controle mamográfico ou algum tipo de biópsia.

Vou fazer uma punção de mama

A punção de mama pode ser por agulha fina, ou por agulha grossa (tipo core, ou mamotomia).

Podem ser realizadas a mão livre, em caso de nódulos palpáveis, ou guiadas por ultra-sonografia, em caso de nódulos visíveis ao ultra-som, ou guiadas por estereotaxia (raios-x), em caso de nódulos visíveis na mamografia.

Em caso de nódulos visíveis, tanto na mamografia, como na ultra-sonografia, opta-se pela punção guiada pela ultra-sonografia, pela praticidade do método, pelo maior conforto da paciente, estando a mesma com as mamas livres, durante a punção. As punções também podem ser realizadas por ressonância magnética, porem ainda não tao frequente no nosso meio.

No caso das punções guiadas por estereotaxia (raios-x), a paciente poderá ficar sentada ou deitada, dependendo do tipo de aparelho, e a lesão da paciente e radiografada, sendo feito um cálculo estereotáxico (espacial), da localização exata da lesão mamária.

No caso das punções guiadas por ultra-sonografia, a imagem nodular e localizada na ultra-sonografia, assim como todo o trajeto da agulha e acompanhado ao ultra-som. Amostras do nódulo são colhidas durante a punção, que quando realizada por agulha fina, utiliza uma seringa simples de injeção com agulha fina acoplada.

Esta punção é indolor, muito simples e rápida.

Na punção por agulha grossa do tipo core, após anestesia local da pele, retira-se fragmentos da lesão mamária, sendo que apos a retirada da agulha da mama, torna a ser reintroduzida, abordando-se com isto várias posições dentro da lesão.

Na punção por agulha grossa do tipo mamotomia, utiliza-se de uma agulha grossa acoplada a um sistema a vácuo, onde se realizam cortes rotatórios com possibilidade de retirada de toda a lesão, dependendo do tamanho da mesma, e em caso de benignidade da lesão.

Vou fazer consulta ao mastologista

Ao realizar consulta ao mastologista a paciente pode ajudar seu médico levando todos os exames anteriores relacionados à mama. Biópsias e cirurgias são evitadas quando se tem acesso a exames anteriores, assim como o diagnóstico precoce da mama é facilitado quando se faz um exame comparativo.

Se possuir. Lembre-se sempre de trazer os seus exames anteriores para que possa ser feita a comparação.

Se estes exames estiverem por ordem de datas, facilitará o trabalho do seu médico. Seu médico fará perguntas sobre como iniciou seu problema até à causa da sua consulta.

Responda, se possível, indicando as datas dos acontecimentos (não é necessário ser precisa). Procure saber se familiares próximos apresentaram câncer de mama e a idade aproximada de quando surgiu o tumor maligno.

Se a paciente estiver tomando hormônios, procure indicar o nome e o tempo que tomou ou está tomando estes remédios.Cirurgias anteriores devem ser relatadas, indicando também a data e o resultado anátomo patológico.

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